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Dezembro Laranja - Mês da conscientização sobre o câncer de pele

Hipertensão não controlada gera maior risco de demência! Saiba mais sobre a campanha

Neste mês ocorre a campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A iniciativa faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. O tema da campanha deste ano enfatiza que câncer de pele é coisa séria e que a conscientização deve começar na infância.

Para compreender os principais pontos sobre a doença, tais como prevenção e tratamento, a PROMED entrevistou os médicos Luciano José Biasi (CRM - 11989), especialista em cirurgia oncológica no Instituto de Oncologia do Paraná (IOP); e Daniel Neves (CRM 34370), especialista em radioterapia no Oncoville. Confira abaixo!

 

PROMED - O que é o câncer de pele e como podemos prevenir a doença?

Luciano José Biasi: Câncer de pele é a variante maligna dos tumores da pele, onde os tipos mais comuns da doença são 02 grupos: os carcinomas cutâneos e o melanoma cutâneo (também existem outros tumores considerados pouco frequentes ou raros, como o tumor de Merkel, dermatofibrosarcoma, linfoma cutâneo, tumores de anexos cutâneos, etc.).

Os tipos de câncer de pele mais comuns são o basocelular e o espinocelular. Juntos correspondem a aproximadamente 95% dos casos e representam um grupo de tumores de menor agressividade  local e praticamente não geram metástases (lesões distantes). 

O melanoma cutâneo, que representa aproximadamente 4% dos casos de câncer de pele, é o tipo mais agressivo, com maior  capacidade de disseminação e de ser fatal. Ainda, existe o risco familiar de melanoma, que é baixo, mas deve ser considerado.

A exposição crônica e cumulativa ao sol, sem protetor solar, das 10 da manhã as 16 h da tarde, período no qual a radiação UV é mais intensa, causa queimaduras solares e aumenta o risco de câncer de pele.

A prevenção desta doença é focada em atacar o principal fator envolvido com a causa do câncer de pele: a exposição aos raios do SOL, sem a devida proteção! As pessoas com pele e olhos claros, apresentam maior risco de ocorrência destas lesões, porém não podemos esquecer que todos temos chance de desenvolver câncer de pele, independentemente do tipo de pele.

Portanto, devemos nos proteger com o uso de roupas adequadas, chapéu ou boné, óculos de sol e protetor solar, ao nos expormos ao sol e em horários adequados. 

 

PROMED - O câncer de pele apresenta sintomas?

Luciano José Biasi: Sim, apresenta sintomas variando com o tipo em questão.

O câncer de pele ou carcinoma se apresenta como uma lesão avermelhada, descamativa, que pode evoluir com a formação de uma úlcera ou uma ferida, que pode aumentar de tamanho, formar lesões vegetantes ou salientes e até mesmo sangrar. Desta forma, toda lesão com alguma destas características que não saram um período de pelo menos 2 semanas, precisa ser avaliada pelo médico, por ser suspeita de carcinoma de pele.

Já o melanoma, frequentemente, se apresenta como uma lesão de pele pigmentada, variando do bege ao marrom escuro até o negro,  com tons variados. Na maioria dos casos, inicia como uma lesão muito pequena que vai crescendo, às vezes de forma rápida e progressiva, podendo produzir nódulos  e sangramento na lesão.

Pode surgir, porém com menos frequência, a malignização de um nevo (pinta ou beleza) preexistente. 

No caso do melanoma existe uma regra simples  e didática para reconhecer uma lesão suspeita, o ABCD-E do melanoma:

A - Assimetria: Os lados opostos da lesão são diferentes;

B - Bordas Irregulares: As bordas apresentam recortes e irregularidade;

C - Cor: Múltiplos tons de cor na mesma lesão ou a mudança de cor de uma lesão preexistente.

D - Diâmetro: Diâmetro maior que 06 mm;

E - Crescimento: Aumento do tamanho da lesão principalmente se dobra de tamanho em 12 meses.

 

PROMED - Como funciona o tratamento para o câncer de pele?

Luciano José Biasi: Para todos os tipos o tratamento das lesões iniciais é a cirurgia de retirada da lesão com margens livres da doença, quer seja esta convencional ou pela técnica de micrografia. 

Em caso dos carcinomas, pode-se optar, em casos selecionados, pelo tratamento local com agentes químicos, a terapia fotodinâmica, eletrocauterização e crioterapia. Não podemos esquecer da radioterapia, que em alguns tumores exerce papel curativo ou complementar, após um tratamento cirúrgico.

Porém, o que mais mudou nos últimos 10 anos foi o aparecimento de novas classes de medicamentos para o tratamento do câncer: inibidores de check point imunológico e a terapia-alvo.

Com estas, a história da doença avançada mudou, principalmente para o melanoma cutâneo, onde tínhamos 5% de chance sobrevida em 05 anos com a quimioterapia convencional, hoje podemos conseguir mais de 50%, com os novos remédios.

Também se beneficiaram o carcinoma basocelular, o espinocelular e o tumor de Merkel, com medicações específicas para o tratamento da doença avançada. Porém, fica sempre a lembrança que somente por meio do diagnóstico precoce de qualquer tipo de câncer é que se conseguem os melhores Índices de cura. Conheça seu próprio corpo e as manchas que possui na pele, pratique o autoexame mensalmente e, na dúvida, procure o médico.

 

PROMED - Uma das formas de tratamento para o câncer de pele é o tratamento radioterápico. Como ele funciona?

Daniel Neves: Radioterapia é um tratamento oncológico que consiste no uso de radiação visando à destruição da capacidade proliferativa e morte de células tumorais e pode ser útil no tratamento do câncer cutâneo. 

 

PROMED - Qual é a percepção dos pacientes em relação a esse tratamento e como ele pode ser garantido que é seguro para eles?

Daniel Neves: A definição de qual é o melhor tratamento depende de variáveis como, por exemplo, localização do tumor e doenças prévias do paciente. Em casos onde há necessidade/indicação de tratamento com radioterapia, esta é direcionada ao tumor e regiões adjacentes, poupando, ao máximo, órgãos normais próximos, apresentando boa relação entre a chance de cura e possibilidade de efeitos colaterais.

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