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Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson - Confira entrevista sobre o tema

Hipertensão não controlada gera maior risco de demência! Saiba mais sobre a doença, com entrevista com o médico neurologista Fernando Tensini

11 de abril marcou o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, doença que é considerada a segunda doença neurodegenerativa progressiva mais frequente no mundo, perdendo apenas para o Alzheimer, segundo o Ministério da Saúde (MS). A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população e profissionais da saúde sobre essa condição, que foi descoberta pelo médico inglês James Parkinson há mais de 200 anos.

Para falar sobre o tema, a PROMED entrevistou o médico Fernando Spina Tensini (CRM 27161-PR), neurologista e especialista em distúrbio do movimento. Confira!

PROMED - Qual a importância da conscientização da doença de Parkinson? De que forma podem ser observados os sintomas desta doença?

Fernando Tensini - A doença de Parkinson é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns, acometendo até 1% da população com mais de 65 anos. Como ela se apresenta de forma lenta e gradual, às vezes levam-se vários anos até o seu correto diagnóstico.

Muito embora seja uma doença que não tem cura, os diversos tratamentos existentes permitem uma melhora significativa da qualidade de vida, da funcionalidade, da independência e da longevidade.

Os sintomas para diagnóstico de Doença de Parkinson são a Bradicinesia, a Rigidez e o Tremor. A Bradicinesia é a lentificação dos movimentos do paciente. Há menor expressão facial, o paciente pisca menos e apresenta menor quantidade de movimentos, o que pode ser percebido durante uma conversa. A fala se torna mais baixa e até inaudível e os passos são mais curtos e robóticos. A rigidez pode ser percebida pela dificuldade ao tentar movimentar os membros superiores e o pescoço; Já o tremor, que é o sinal que mais chama a atenção, pode não estar presente, mas classicamente ocorre quando as mãos estão paradas e o paciente estiver distraído. O mais comum é que um lado do corpo seja mais afetado do que o outro.

Outros sintomas podem estar presentes vários anos antes da doença se mostrar. É o caso da depressão, da perda de olfato, da constipação e de alterações do sono REM. Outros sintomas podem surgir com o avançar da doença como desequilíbrio, dificuldade para engolir, perda cognitiva (quadro demencial), entre outros.

PROMED - Qual a causa da Doença de Parkinson? Existem fatores hereditários?

Fernando Tensini - O que causa os sintomas motores da Doença de Parkinson é a perda de neurônios produtores de Dopamina numa região específica do cérebro, chamada Substância Negra. A grande maioria dos casos de Doença de Parkinson não está ligada a um fator genético e são chamados de Idiopáticos. Porém, cerca de 15% dos casos estão relacionados a um gene específico e podem se mostrar em várias gerações dentro de uma mesma família. Alguns genes são dominantes e, nesse caso, há 50% de chance do filho dessa pessoa ter a mesma doença. Já outros genes são recessivos e a doença tende a "pular" várias gerações. Os casos genéticos tendem a ter um início mais precoce, às vezes antes mesmo dos 30 anos de idade. A Doença de Parkinson idiopática tende a começar por volta dos 60 anos.

PROMED - Como é o tratamento para a doença?

Fernando Tensini - Não existe um único tratamento para a Doença de Parkinson e sim vários elementos que vão compor uma estratégia de tratamento mais eficaz e individualizada. As medicações disponíveis têm por objetivo principal aumentar a disponibilidade de dopamina no cérebro, a fim de suprir essa deficiência. Ao longo de toda a evolução da doença é extremamente importante a prática regular de atividade física, a fisioterapia, fonoterapia e acompanhamento psicológico. Também são importantes o acompanhamento nutricional, a terapia ocupacional e a higiene do sono.

A cirurgia para Doença de Parkinson é feita com um Estimulador Cerebral Profundo, que é inserido, de forma precisa, a fim de ativar determinadas regiões do cérebro e permitir o controle fino de alguns sintomas. É uma cirurgia bastante delicada e cujo sucesso depende grandemente da seleção adequada dos pacientes que realmente podem se beneficiar dela.

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