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Outubro Rosa - Vamos falar sobre o câncer de colo de útero?

Hipertensão não controlada gera maior risco de demência! Entenda a importância em se falar sobre a doença

Neste mês de outubro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Ministério da Saúde (MS) reforçam três pilares em relação à campanha de prevenção ao câncer de mama: prevenção primária, detecção precoce e mamografia. Mas, para aprimorar esta ação, o Outubro Rosa inseriu recentemente em suas campanhas a conscientização do câncer de colo de útero.

Para entender a importância em se falar sobre a doença, a PROMED entrevistou a médica Oncologista, Rosane do Rocio Johnsson (CRM 11412), do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP). Confira:

 

Neste mês em que a campanha outubro rosa fortalece as informações sobre o câncer de mama, qual a importância em falar sobre o câncer de colo de útero?

O câncer cérvico-uterino representa um sério problema de saúde pública. Com uma incidência em todo o mundo de aproximadamente meio milhão de casos por ano. Principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, este câncer permanece como um dos mais prejudiciais cânceres da mulher, decorrente do seu aumento na taxa de morbimortalidade. Nos diversos países do mundo, o câncer de colo uterino figura como o sétimo câncer mais comum. Esta neoplasia ocupa a segunda posição entre os cânceres que acometem as mulheres, sendo superado apenas pelos cânceres de pele e de mama. É responsável por 12% de todas as causas de óbito. Em nível mundial, são seis milhões de óbitos por ano. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, estima-se que o câncer de colo de útero seja a terceira neoplasia maligna mais comum e a quarta causa de óbito por câncer entre as mulheres.

 

Qual é o perfil de maior incidência do câncer de colo de útero (idade, etc.)

Mulheres sexualmente ativas na idade de 25 a 59 anos.

 

Quais são os sinais e sintomas para detecção da doença?

Mulheres com lesões pré-cancerosas ou com câncer de colo do útero em estágio inicial geralmente não apresentam sintomas. Os sintomas muitas vezes não começam até que a doença se torne invasiva e acometa tecidos próximos. Quando isso acontece os sintomas mais comuns são:

*Sangramento vaginal anormal;

*Sangramento menstrual mais longo que o habitual;

*Secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue;

*Sangramento após a menopausa;

*Sangramento após a relação sexual;

*Dor durante a relação sexual.

Estes sinais e sintomas também podem ser causados por outras condições além do câncer de colo do útero, por exemplo, uma infecção que pode provocar dor ou sangramento. Ainda assim, se algum destes sinais ou outros sintomas suspeitos surgirem você deve consultar um ginecologista imediatamente, para que a causa seja diagnosticada e, se necessário, iniciado o tratamento.

Recomenda-se que o exame de Papanicolau seja realizado na consulta anual da mulher com a ginecologista e, ainda, pode eventualmente ser mais espaçado pelo médico.

 

Quais são os fatores de risco da doença?

O câncer do colo do útero está associado à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais.

A infecção pelo HPV é muito comum. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos subtipos 16, 18 ou ambos. Comparando-se esse dado com a incidência anual de aproximadamente 500 mil casos de câncer de colo do útero, conclui-se que o câncer é um desfecho raro, mesmo na presença da infecção pelo HPV. Ou seja, a infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o desenvolvimento do câncer cervical uterino. 

Na maioria das vezes a infecção cervical pelo HPV é transitória e regride espontaneamente, entre seis meses a dois anos após a exposição. No pequeno número de casos nos quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um subtipo viral oncogênico, pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras (lesão intraepitelial escamosa de alto grau e adenocarcinoma in situ), cuja identificação e tratamento adequado possibilita a prevenção da progressão para o câncer cervical invasivo.

Além de aspectos relacionados a outros fatores, ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual, parecem influenciar os mecanismos ainda incertos que determinam a regressão ou a persistência da infecção e também a progressão para lesões precursoras ou câncer.

Desta forma, o tabagismo, a iniciação sexual precoce, a multiplicidade de parceiros sexuais, a multiparidade e o uso de contraceptivos orais são considerados fatores de risco para o desenvolvimento de câncer do colo do útero.

A maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência é mais frequente.

 

Fale sobre as medidas preventivas e a melhor forma para detecção precoce do câncer de colo de útero, de endométrio e de ovário

A melhor arma contra o câncer de colo de útero é a prevenção, por meio do exame Papanicolau. Este exame constitui em uma técnica de fácil execução, segura e de baixo custo. Sua realização periódica contribui para reduzir a morbimortalidade. Através do seu alto poder de detecção de lesões cervicais. A consulta ginecológica é realizada nos postos de saúde ou unidades de saúde, que tenham profissionais capacitados para a realização de todas as etapas que envolvem a consulta e coleta do exame. A educação em saúde para a população é a base estratégica para promover a atenção para a prevenção do câncer cérvico-uterino.

 

Cada corpo tem uma história. O cuidado com as mamas faz parte dela.

 

Imagem: Inca e Ministério da Saúde.

 

Referências:

https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/cancer-de-colo-do-utero/

https://www.inca.gov.br/campanhas/outubro-rosa/2019/outubro-rosa-2019

 

 

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