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Cuidados na volta às aulas - PROMED entrevistou o médico pediatra Rubens Cat

Hipertensão não controlada gera maior risco de demência! Confira a entrevista e tire suas dúvidas

Devido à retomada gradual das aulas presenciais nas escolas infantis em diversos lugares, após um período de pausa ocasionado pela pandemia do novo coronavírus, muitos pais podem ter dúvidas em relação aos cuidados que devem ser tomados na volta às aulas.

Para compreender quais são as formas mais seguras para este retorno, a PROMED entrevistou o médico pediatra Rubens Cat (CRM/PR: 9473), Professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Chefe do Departamento de Pediatria do Complexo do Hospital de Clínicas da UFPR (CHC-UFPR).

PROMED - Em vista do retorno das aulas no Paraná em fevereiro de 2021, quais são os principais cuidados que devem ser tomados para a prevenção contra a transmissão da COVID-19?

Rubens Cat -

A - Espaçamento de 1,5 m entre uma criança e outra, caso a sala contemple todos os alunos, não há necessidade de rodízio entre eles, caso contrário, pode se fazer um sistema híbrido com metade dos alunos presenciais e outra metade de forma remota, mas on-line. Este rodízio pode ser feito a cada semana ou dia sim dia não;

B - Uso de máscaras durante todas as atividades, sendo que podem ser usadas em crianças com as seguintes orientações: Acima de 05 anos em todas as crianças e sempre com supervisão e orientações, entre 02 e 05 anos somente se a criança souber usar e também com supervisão e nunca em crianças antes dos dois anos. As máscaras devem ser trocadas a cada 03 horas, ou antes, se estiverem úmidas ou molhadas;

C - Higiene frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel;

D - Uso preferencial das áreas externas das salas e também deixar os ambientes escolares o mais ventilados possível;

E - Evitar aglomerações nos horários de entrada e saída, usando horários não fixos para entrada e saída;

F - Ter um ambiente para cuidados e isolamento caso alguma criança tenha algum sintoma;

G - Proibir a ida à escola de qualquer criança sintomática ou com familiar positivo para Covid-19. A liberação para o retorno da criança  deve ser fornecida pelo pediatra.

PROMED - Sabemos que incidência de casos graves de COVID-19 em crianças e adolescentes é menor, em comparação aos adultos. Porém, existem condições que poderiam apresentar maior risco para desenvolver a forma grave da COVID-19, pode nos falar sobre essas condições?

Rubens Cat - As crianças são poupadas de formas graves em sua grande maioria, sendo que as condições que colocam em maior risco de formas graves, variam de país para país assim como de região para região. As condições de maior risco que se repetem em muitos locais são: crianças abaixo de 01 ano, obesidade, cardiopatias graves, doenças neurológicas  graves, imunodeficiências, fibrose cística, doença falciforme e crianças em tratamento de câncer que não estão em remissão.

PROMED - Em casos de confirmação da COVID-19 em alguma criança, quais são as medidas a serem tomadas na escola?

Notificação obrigatória ao Sistema de Saúde e, dependendo da idade da criança e se ela somente teve atividades em sua sala de aula, sem ter contato em áreas fechadas com outros alunos, pode se suspender as atividades dos alunos da mesma sala, por um período de 10 dias. Todos os familiares dos colegas devem ser avisados e em caso de sintomas, procurar atendimento com pediatra. Caso haja contato com outros alunos deve se discutir o fechamento da escola pelo mesmo período. O retorno às aulas deve ser condicionado à liberação pelo pediatra da escola ou da criança.

PROMED - Se as famílias tiverem viajado recentemente, qual é a recomendação antes do retorno para as escolas?

Rubens Cat - Isto vai depender para onde foi a viagem. Não há necessidade de se fazer uma quarentena para o retorno às atividades escolares.

Neste momento temos que ter bom senso e para que tenhamos sucesso neste retorno, devemos adotar comportamentos responsáveis em nosso dia a dia.

Escolas com protocolos de segurança são ambientes seguros e não instituições que impulsionam a pandemia da Covid-19.

Crianças não são propagadoras do vírus e sim propagadoras de comportamentos responsáveis!

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